Atenção, viajante! Recomendo ler este relato até o fim antes de interpretar ele de forma equivocada e sair correndo para fazer as malas e conhecer a capital da Letônia.
Prendi sua atenção?
Então vamos começar…
Um pouco sobre Riga
Riga é a capital e maior cidade da Letônia, oficialmente chamada de Republic of Latvia, e possui 641 mil habitantes, o que torna ela a mais populosa cidade dos Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia).
Lá vive 1/3 da população de todo o país, sendo que 38% desses possuem origem russa (consequentemente essa é a segunda língua mais falada por lá, depois da local).
Minha primeira vez na Letônia
Como eu estava hospedado em Tallinn na Estônia por algum tempo, resolvi pegar o carro emprestado de meu brother Búlgaro e passar uma noite em Riga, que fica apenas 300 km de distância de lá.
Chamei mais um parceiro francês, e ele levou a prima gordinha gente boa junto para fazer algum turismo conosco. Ah, sim, era uma terça-feira de agosto (verãozão)!
Onde ficamos em Riga
Um dia antes, reservamos um quarto no AirBnb, em um prédio bastante antigo, com uma incrível fechadura a prova de bêbados – era impossível abrir aquela merda.
Seria muito bom se eu pudesse dar dicas de lugares para hospedagem, mas confesso que não sei se minha região era boa ou ruim, então preciso que vocês façam a lição de casa.
O que posso dizer é que ficava próximo ao Hanza Hotel, e dava para ir a pé para o centro sem problemas, desde que não se tropeçasse no monte de mendigos e bêbados no meio do caminho (russos, com certeza).
Explorando o centro histórico de Riga
Com o carro devidamente estacionado e as roupas trocadas, resolvemos ir passear na Old Town, que é supostamente onde tudo acontece em Riga (ou deveria).
Como bons turistas, passeamos por todas ruelinhas do centro histórico, e resolvemos nos sentar em um belo restaurante para beber e comer – com preço de turista, mas ainda mais barato que a Estônia e mil vezes mais barato que São Paulo.
Depois de bastante vinho, e com o sol já indo embora, resolvemos fazer o que fazemos de melhor: encher a cara e ir atrás da mulherada!
A vida noturna letoniana
Nossa primeira parada foi o Shot Café, que cobrava um preço ridiculamente absurdo pro país (algo como 5 euros 1 shot).
Achamos curioso existir um lugar daqueles, mas logo que entramos duas gatinhas já puxaram assunto e acabamos, obviamente, pagando um shot para cada.
Papo vai, papo vem, não sentimos progresso e resolvemos ir embora e ficamos de nos encontrar mais tarde em um dos bares da região.
Foi tudo meio estranho, mas segue o jogo.
Conforme andávamos no centro à noite, já consideravelmente movimentado para uma terça-feira, notávamos os olhares insistentes de mulheres por todos os lados.
Elas literalmente nos encaravam em toda esquina que passávamos! Como todo homem bobo e bêbado, já estávamos nos sentindo no paraíso latviano.
“Descobrindo” as mulheres de Riga
Depois de andar um pouco, resolvemos parar no lounge/balada AmPir porque haviam duas dançarinas em cima do balcão rebolando da forma que o povo merece ver.
Lá sentamos no bar, para ficar perto da bela bailarina e do amigo garçon (útil ao agradável), e começamos a beber.
Fomos notando que as mulheres ficavam nos encarando de longe, novamente. Foi quando falei pro meu brother francês: “eu até me acho bonito, mas não tanto assim. Tem merda no ar!”, em francês fica assim: “Je suis bonitê, mas not that much. Tem miér on the air”.
Para vocês entenderem o que estou tentando dizer, pensem em um puteiro. A profissional fica lá, te admirando, aí você chama para beber, ela dá uma piscadinha pro garçon, pega aquele drink blue label special edition e vira em um shot só.
Era algo parecido, inclusive com a piscadinha pro garçon. Pensamos: “Vamos tentar outro lugar, aqui tá cheio de profissionais”.
E fomos…
Descobrindo o significado de semi-pro
Logo que saímos, duas gatas já começaram a nos encarar, e fui logo pra cima. Comecei todo malandro, achando que eu era o rei do papo furado, mas descobri depois que elas eram muito melhores.
Em 30 segundos de conversa, elas nos convenceram a entrar em outro bar, subir as escadas, e pegar um sofá para os quatro.
Quando vem o garçon, elas começam a falar no linguajar local turista-bobo-não-entende, e o garçon faz sinal de afirmativo – com aquela carinha…
Como de bobo eu só tenho a cara e o jeito de andar, chamei ele de volta e falei: “Ô jovem, cê tá trazendo o quê?”, e ele apontou para um vinho no cardápio, que custava 200 euros!
O sangue subiu na cabeça, e falei pro meu brother: “Só tem acompanhantes nessa Riga do cacete, vamo embora!”.
Deixamos as 171 lá sentadas e voltamos pra rua.
Como evitar as golpistas em Riga
Pensando em uma estratégia para coibir a ação das locais interessadas em ganhar 10% com nossa sede, tive a incrível ideia de pedir uma garrafa de uma vez!
Com nossa Tanqueray de 1 litro na mesa, ficamos apreciando o movimento do bar e das mulheres, que por algum motivo, pararam de nos encarar.
A conclusão instantânea que chegamos é que todas mulheres da cidade tentavam enganar os caras (turistas) para fazerem eles pagarem bebidas, e possivelmente ganharem comissão com isso.
A parte boa é que você se sente rei com elas te olhando, e a parte ruim é que você está sendo usado, e não para fins sexuais!
Com algum trabalho, consegui trazer duas gatinhas pra nossa mesa, e ficamos flertando através de mímicas, até que consegui por uma obra do destino fazer a mímica da micareta e dar um mata-leão na senhorita.
Meu brother francês, que não possui esse tipo de conhecimento rústico tradicional tupiniquim, ficou chupando dedo. Dei azar e a letonianinha acabou indo embora uns 30 minutos depois e foi-se minha chance de fixar uma bandeira da Letônia.
Buscando uma comida em Riga
Já bêbados, famintos e cientes da condição cultural de extorquir turistas, resolvemos perguntar a duas gatas na rua onde ficava o McDonald's para podermos mandar um rango.
Elas, simpaticíssimas, se ofereceram a nos guiar até lá. Depois de 3 quadras, elas param e dizem: “vamos comer aqui!”. Olhei pro Francês e pensei: “Fiiiiiilha da putaaaaaa!”.
Ela tinha guiado a gente pra um restaurante caro pega-turista. Era mais uma dando golpe na gente, até na hora da sagrada alimentação! Não que a gente também não conte mentiras para comer, mas isso não vem ao caso…
Dei tchau pras meninas, agradeci bastante a indicação e hospitalidade que nos proveram naquela belíssima caminhada, mas conseguimos encontrar sozinhos um kebab bate-morte bom o suficiente para nos manter sem fome nas próximas 2 horas que passaríamos tentando abrir a fechadura do apartamento.
Os entraves da vida de um turista
No dia seguinte, já mais cientes do que aconteceu na noite anterior, chegamos à conclusão: Riga é a cidade mais pega-turista que conheci na Europa (para homens, no caso).
Simplesmente faz parte da cultura feminina (e não estou falando de garotas de programas) tentar seduzir homens que sejam turistas sexuais para ganhar uma comissão em cima das bebidas (de forma não explícita) e possivelmente uma renda extra (ou principal) com isso.
Antes de ir pra cidade eu já havia lido em vários forums que Riga era a Scam Land da Europa, e um dos motivos mencionados foi a RyanAir colocar várias passagens baratíssimas e inundar o país com europeus sedentos por sexo.
As mulheres simplesmente se adaptaram (fair enough!).
Vale a pena visitar Riga?
Se você não se enquadra na característica de sex tourist, e de fato gostaria de conhecer a Letônia e as pessoas que habitam o país, acredito que haja um potencial bem grande a ser explorado.
Apesar da encheção de saco que rola no centro, as mulheres letonianas são muito bonitas e amigáveis.
A capital, Riga é uma cidade bastante segura, de fácil logística, com acesso à língua inglesa, preços ótimos e arquitetura bastante agradável. E o Tinder funciona legal por lá também. Eu recomendo!
Porém, sua intenção é passar 2 noites na capital letoniana para tentar uma bandeirada?
Meu amigo… boa sorte!