O Oriente Médio sempre esteve em baixa prioridade na minha lista, principalmente pelas restrições religiosas e imposições machistas.
Mas por outro lado, eu sempre soube que Israel era diferente, principalmente pela galera que conheci viajando o mundo, sempre animada como a brasileira.
Até que resolvi visitar Tel Aviv, a terra das lindas mulheres israelenses
Estava deitado em meu sofá em Budapeste quando recebi um email da Wizz Air, uma empresa aérea húngara low fare. Eles estavam fazendo uma promoção naquele dia de 30% off para vários lugares do mundo.
Bom viajante que sou, já abri o site na hora, e encontrei uma passagem de ida e volta por 80 euros para Tel Aviv. Como a vida é curta, não pensei duas vezes – passagem reservada!
Especialmente naquele fim de semana, aconteceria o Purim, que é uma espécie de carnaval israelense (mais info aqui), onde todas pessoas se vestem com fantasias e vão encher a cara nos bares durante todo o fim de semana.
Ou seja, melhor data é impossível!
Como eu já havia namorado uma judia no passado, entendia um pouco (e admiro) a cultura deles, mas confesso que fiquei surpreso com o espírito jovem dos israelenses na hora de celebrar, bem parecido com os brasileiros.
Neste post, vou contar tudo que vi e aprendi com o carnaval israelense e Tel Aviv em geral…
O que é o purim, vulgo carnaval israelense?
O purim, em hebraico, é uma festa judaica que celebra a salvação dos judeus persas no antigo Império Aquemênida, e acontece no 13º dia do mês hebraico de Adar.
Não entendeu nada? Nem eu…
Tudo que sei, é que durante o Purim, todos os israelenses se fantasiam em uma mistura de halloween americano e carnaval brasileiro, e saem para as ruas para comemorar e festejar.
Durante os 3 dias de festa, as pessoas só andam fantasiadas, mesmo pra ir comprar um pão na padaria ou pegar uma praia.
Os jovens aproveitam para encher a cara nos bares, já que a própria leitura do Purim recomenda que se faça isso.
E é claro, com toda aquela galera fantasiada, tudo fica muito mais divertido, principalmente se você souber onde ir.
Certamente minha experiência de visitar Tel Aviv foi muito melhorada por ter ido no Purim, então se você tiver essa oportunidade também, já coloque na sua agenda (isso se conseguir descobrir quando vai ser o do próximo ano no calendário do tal do Adar).
Onde se hospedar em Tel Aviv
Apesar de ser o centro financeiro (e do entretenimento) israelense, Tel Aviv possui uma população que não passa de 420 mil pessoas, atrás apenas da capital Jerusalem, com 780k.
O país como um todo possui 8 milhões de pessoas, mas não me peça para explicar a divisão pois eu realmente não entendo como é feito esse cálculo, já que a maior cidade não tem nem 1 milhão…
Em Tel Aviv-Yafo, que é a região central, existem duas avenidas bastante importantes, onde tudo acontece: Rothschild e Dizengoff.
Ficando perto de alguma delas, você pode fazer praticamente tudo a pé, apesar do transporte público (ônibus/trem) ser bem prático, e táxi não ser absurdo (preço similar a São Paulo).
Um vídeo interessante para você ver melhor Tel Aviv:
A Rothschild é mais turística, muitos restaurantes e algumas baladas bem legais ficam nela. Se quiser ficar bem no foco da dengue, é só buscar no seu Google Maps pela esquina da Rotschield com a Allenby.
Já a Dizengoff é para os amantes de bares, com dezenas de opções pela avenida e toda sua redondeza. Além disso, você pode caminhar dela até a praia em apenas 10 minutos.
Não sabia que havia praias em Tel Aviv? Pois é, a cidade é conhecida como a Miami do Oriente Médio, e a área mais animada é a Gordon Beach.
Ah, também é possível andar da Rotschild para Dizengoff sem problemas, são uns 25 minutos de caminhada, mas bastante agradável, principalmente à noite com muita gente jovem nas ruas.
Se quiser se locomover igual aos locais, alugue uma bicicleta motorizada, praticamente todo mundo lá tem uma dessas.
Caso esteja buscando uma terceira opção, mais residencial, menos turística e barata, a região árabe Old Jaffa é a ideal pra você – e pode ficar tranquilo, ela também é bastante segura.
O que fazer em Tel Aviv
Para quem não sabe, Israel possui um calendário diferente do nosso.
O ano novo, por exemplo, é celebrado em outra data que sempre varia entre 6 de setembro e 5 de outubro, e os dias úteis começam no domingo e terminam na quinta-feira.
Isso mesmo…
A galera não trabalha na sexta mas trabalha no domingo!
Como eu fui pra lá durante o Purim em março, o fim de semana todo estava cheio de coisas pra fazer. Todos os bares e baladas estavam lotados, mas pelo que me disseram, Tel Aviv é assim o ano todo, principalmente no verão.
As praias rolam mais quando o clima esquenta (entre junho e outubro), mas como fui em março, elas não estavam tão cheias devido ao tempo não tão convidativo, apesar de Israel nunca fazer muito frio (no esquema Rio de Janeiro).
Tel Aviv é uma cidade bastante boêmia e jovem, principalmente pelo fato de possuir várias universidades. As baladas funcionam no estilo brasileiro, com um ótimo equilíbrio % entre homens e mulheres, e diversão naquela ordem: bebida, paquera e diversão.
Na área da Dizengoff eu posso recomendar a balada Ismi Salma que custa por volta de 50 reais para entrar. A casa noturna fica em cima do Landwer, um café muito bem frequentado e com um brunch fantástico – e caro (por volta de 70 reais por pessoa).
Falando em caro…
Os preços em Tel Aviv me assustaram um pouco no começo, já que estou baseado em Budapest e tudo é mais barato.
Em restaurantes legais, o prato israelense geralmente sai por volta de 60 reais. No jantar pode chegar a uns 80, e é sempre esperado pagar uma gorjeta de 12% adicional. O táxi dá uma média de 30 reais para corridas no centro.
Beber também é caro, pode esperar pagar 30 reais na taça de vinho mais barata, e 15 reais em uma long neck de cerveja 300ml nos bares.
Se quer encher a cara, supermercado é seu melhor amigo. Por 10 reais você compra aquele latão de cerveja 500ml com 7.9% de álcool, com um detalhe, eles só podem vender bebida até as 23h.
Ainda na região de Dizengoff Square, outros lugares que valem a pena adicionar como favoritos no seu mapa para poder visitar durante o período que estiver lá:
- Bread Story
- Beer Garden
- Concierge
- Anastasia
- Dizzy Frishdon
Se quiser comer um hummus por ali, passa no Caspi que é top e “barato” (30 reais).
Já em Rothschild, o ideal é caminhar pela avenida toda e achar os lugares mais movimentados.
Recomendo uma balada muito legal lá chamada Kuli Alma, com um pessoal descontraído e bonito, além de ser grátis para entrar.
Eu fui nela com dois americanos que conheci na rua, e me dei bem com uma gata israelense enquanto eles ficavam tentando entender como a coisa funciona em língua hebraica.
Tente não chegar nas baladas depois das 23h, pois é nessa hora que as filas começam, e você pode acabar barrado por algumas horas. E é bom se informar com as gatas do Tinder sobre qual a melhor pra cada noite (ou com a galera do Couchsurfing Hangouts)…
Se estiver hospedado perto da praia, vale conferir o café da manhã no Bistro Masada.
Ou tomar uma nos bares que ficam na areia, com música eletrônica rolando e muitas gatas de roupinhas curtas, como o Lala Land Tel Aviv.
Por falar em música eletrônica, israelenses adoram raves. O grupo Infected Mushroom, bem famoso no mundo do psy trance, é de lá! Como essa não é muito minha praia, vou ficar devendo maiores informações…
As mulheres israelenses e a libertinagem de TLV
Definir um aspecto físico é muito difícil para as mulheres de Israel, pois o país é na verdade uma composição de povos judeus de diferentes regiões européias.
As mulheres israelenses são tipo um mix de russas, com polonesas e um pouco de Grécia, por conta do cabelo mais volumoso.
Tem um instagram muito bom chamado hotisraeliarmygirls, com fotos das mulheres mais gatas do exército, vou postar algumas apenas para apreciação:
Deu pra ter uma base né?
Por outro lado, as israelenses adoram se proclamar como as mulheres mais difíceis do mundo. Na minha opinião, elas estão longe das italianas no quesito dificuldade, mas realmente dão um pouco de trabalho.
Em Israel, todos jovens depois de acabarem o colégio, precisam fazer exército.
São 3 anos para homens e 2 anos para mulheres, a não ser que consigam se livrar por causa da faculdade, mas é bem normal ver mulheres de uniforme pegando o mesmo trem ou metrô que você.
Acredito que esse contato e treinamento forte no exército deixe as mulheres muito mais espertas que as outras ao redor do mundo, e com isso elas aprendem a se virar melhor na frente dos “espertalhões”.
Além disso, existe também o quesito religioso…
Muitas israelenses são educadas para se casarem com outro da mesma raça e constituir uma família judia.
Um exemplo muito curioso que passei, foi quando estava beijando uma garota na balada (sim, isso rola por lá também), ela perguntou se eu era judeu, e respondi que não.
Advinha o que aconteceu?
A gata simplesmente inventou uma desculpa e foi embora depois de todo o esfrega-esfrega. Dá pra imaginar a frustração de um brasileiro tentando ser sincero em terras estrangeiras né?
Portanto, meu amigo, é bom ter uma resposta boa na ponta da língua para essa pergunta se você não for religioso, ou já compra um quipá no aeroporto.
Por outro lado, apesar dessa auto-caracterização de “mulher difícil” e “busca por um judeu para casar”, a libertinagem em Tel Aviv é bastante explícita.
Você vê nitidamente que os homens israelenses são tão guerreiros quanto brasileiros e italianos.
Uma mulher caminhando por 10 minutos sozinha na praia vai certamente ser abordada por uns 3 caras. Na balada, a mesma coisa, eles chegam em cima, sem pudor.
A parte boa é que elas parecem ser mais difíceis com os locais que com os turistas, possivelmente pelo medo de serem julgadas pela pequena comunidade que habitam, já que estamos falando de uma cidade com 400 mil habitantes.
Conhecendo as gatas israelenses
O Tinder de Tel Aviv é muito curioso. Você vai encontrar dezenas de mulheres se descrevendo como “bissexuais”, algo não tão explícito em outros países.
Além disso, no Tinder você vai encontrar bastante trans, assim como no Brasil. A parte boa é que elas escrevem no perfil, então só pega quem quer (espero eu).
Outros apps de namoro funcionam muito bem em Tel Aviv também. Happn e Bumble, na época que fui, estavam bombando, e os matches aconteciam naturalmente.
Por ser uma cidade jovem, o clima de “dating” está bem presente na cultura das israelenses, e sexo não é difícil de encontrar na primeira noite (gooooooooooollllllllll!).
Outro fato interessante, é que a coisa do bissexualismo está presente nos homens também.
Você nota o jeito que os caras se comportam, naquele esquema meio Gillete, que corta pros dois lados. Eu já havia percebido isso em vários amigos israelenses que conheci pelo mundo, mas estando lá foi ainda mais nítido.
Don't take me wrong. Não estou dizendo que os israelenses são gays, mas eu acho que a falta de preconceito da população deixa o cara tão confortável e flexível com a própria sexualidade, que não se sente na obrigação de se enquadrar (e provar para todos) que ele é um heterossexual macho.
Esse comportamento é normal em países de primeiro mundo com nível de educação alto, mas em Israel ele se destaca mais.
Talvez por essa falta de uma masculinidade mais forte por parte dos homens locais, as mulheres sejam menos difíceis com os estrangeiros, que foi o que aconteceu com o caríssimo Viajante Anônimo que vos escreve, que usa barbeador elétrico e deixa bem nítido às gatas que seu foco de perversão não é de dupla mão.
A segurança nas cidades israelenses
Muita gente que usa notícias de Facebook como enciclopédia enxerga Israel como um país perigoso, e é compreensível. Afinal, o conflito religioso e político com a Palestina existe há anos e certamente está longe de um fim.
Às vezes ouvimos histórias de alguém esfaqueado em Israel por um palestino, ou casas bombardeadas na Palestina por israelenses. Essa é a rotina de vida dos caras, mas como um viajante, devo confessar que isso está longe de impactar seu turismo.
Apesar deles conviverem juntos na mesma cidade, você vê pouquíssimas mulheres (e homens) muçulmanas andando pelo centro da cidade. Yafo é predominantemente habitada por judeus, vestindo o que querem, bebendo na rua e sendo felizes como cada um deve ser.
Acredito que a maior parte da insegurança que exista na cidade, seja psicológica, pois você vê vários jovens de exército com metralhadoras na mão por todo lugar, detectores de metal na entrada de todos os shoppings, revista manual de mochilas em estações de metrô, e tudo mais que os israelenses julgam necessário para proteger seus cidadãos.
O aeroporto é de longe o mais complexo que já passei nesse sentido.
Logo na imigração, tive de responder várias perguntas, onde iria me hospedar, o que iria fazer, quem eu conhecia no país, o nome dos meus amigos, onde eles moravam, o que eu estava trazendo, quais lugares eu iria visitar, além de analisarem UM A UM todos os carimbos do meu passaporte e fazerem perguntas sobre as viagens.
Como vocês podem imaginar, meu passaporte só não tinha mais carimbos que ficha criminal de político, então levei pelo menos uns 10 minutos na frente da agente enquanto ela fingia desconfiar de mim a cada página que virava.
Na hora de deixar o país, o esquema de segurança é ainda maior.
Além de me repetirem todas perguntas que fizeram na entrada, ainda adicionam algumas novas do tipo “Você deixou sua mala com alguém?”, “Você está carregando alguma encomenda para amigos?”, “Quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?”, etc.
Por isso, assegure-se de ir ao aeroporto 30 minutos antes do que normalmente iria. Eles vão ainda checar sua bagagem de mão inteira, com o risco de questionarem até a qualidade do elástico da sua cueca.
Apesar de todo o transtorno, não precisa se preocupar nem imprimir mil papéis como provas de tudo que você fez. Os israelenses são extremamente bem treinados para saber se você está mentindo ou não, e dificilmente irão te causar algum problema além da encheção de saco.
Mas eles tem motivo de sobra para agirem assim…
Fato curioso: no teto do aeroporto de Tel Aviv você vai encontrar centenas de balões com gás hélio, soltos por pessoas que estavam aguardando a chegada de alguém. Tem um vídeo bem bacana mostrando uma funcionária do aeroporto recuperando esses balões.
Morando na melhor cidade de Israel
No Brasil ainda existem poucos nômades digitais como eu, que ficam mudando de país o tempo todo, mas sei que existem diversos leitores do Viajante Anônimo que são estudantes e podem estar pesquisando sobre fazer faculdade em Tel Aviv, então acho importante deixar minha opinião a respeito…
Os 5 dias que passei em Tel Aviv foram suficientes para concluir que Tel Aviv é uma cidade que eu adoraria morar um dia.
O aluguel médio para uma pessoa viver sozinha em um apê bom e bem localizado dificilmente vai ficar abaixo de 5 mil reais, o que é um ponto negativo.
Mas pelo fato de todo mundo falar inglês fluente, a comida ser muito boa, as mulheres serem bastante gatas e amigáveis, ter praias bem tops, além do entretenimento ativo por todas áreas, Tel Aviv é uma excelente opção para quem quiser uma nova experiência de médio e longo prazo.
E você, já está preparando seu quipá? Comenta aí embaixo então.
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