A Tailândia é um país completo para quem busca lazer e entretenimento, e Bangkok, sendo sua capital, não poderia ficar para trás.
Bem-vindos ao meu relato de viagem em uma das cidades mais loucas que já visitei.
Era final de 2014, eu havia acabado de retornar de uma trip de 4 meses pela Europa, já fugindo do frio. Supostamente, estava pronto para dar uma descansada no Brasil e acumular um pouco de capital para a próxima jornada, mas foi quando me liguei que em 2 semanas já seria o réveillon…
Como nunca fui bom em me programar com antecedência, fiz algumas cotações tipo Floripa, Milagres, Trancoso, Rio, e o resultado já era o esperado, preços absurdos para hospedagens bem fracas.
Já desistindo do Brasil, liguei para alguns amigos e descobri que eles iriam pra Ásia! Como a região estava na minha lista há tempos, pensei: “why not?”. Chequei minhas milhas do Star Alliance, fiz umas contas rápidas de gastos diários e sem pensar muito, bookei!
O planejamento da viagem à Tailândia
Meu plano foi rodar por mais de 1 mês em pelo menos 5 países do Sudeste Asiático, mas dando uma atenção especial à Tailândia, meu país predileto de todos eles.
Dentre as cidades tailandesas, comecei por Phuket, que é a porta de entrada para as ilhas onde eu iria passar a virada – e capital do ping pong show (se você não sabe o que é, vai descobrir jajá).
De Phuket fui de ferry para Koh Phi Phi, já renovada depois da destruição do tsunami, mas não tão completa quanto durante a gravação do “A Praia”.
Depois do réveillon segui para Koh Phangan chegando a tempo da full moon party, um episódio inenarrável, e finalmente, cheguei em Bangkok.
Hospedagem em Bangkok
Antes de aterrizar na capital tailandesa Bangkok, fiz uma boa pesquisa sobre as regiões animadas, e já reservei no Booking.com o Hotel Le Fenix, que fica ao lado de uma das ruas com mais bares da cidade, a Sukhumvit 11.
Como tudo em Bangkok, o preço era muito justo (paguei na época algo em torno de BRL 150/dia), e o hotel, além de bem privado (o elevador sobe direto pro andar dos quartos, sem passar pela recepção), tinha um lounge fantástico no rooftop (chamado Nest), que é aberto também para visitantes.
A parte chata de ficar hospedado na região da Sukhumvit 11 é que você é tratado como turista pelos taxistas o tempo todo, e eles cobram sempre um valor mínimo na corrida (algo como R$ 10), sendo que a sua corrida não deve nem chegar a uns R$ 5.
O valor em reais é baixo, mas você fica puto pois sabe que está sendo enrolado pelos caboclos. A parte boa, é que é uma região ótima para se locomover, por ser bem central.
Depois de algum tempo, descobri a região de Thong-lo (ou Thonglor), indicada por um amigo que mora lá. É uma espécie de “Jardins” de São Paulo, mas bem menos explorada por turistas.
… pensando bem, não tem nada a ver com os Jardins, mas é bem legal!
Com isso, além de um tratamento não-diferenciado por taxistas, você vai encontrar várias pessoas locais, e normais (leia-se não-profissionais do sexo e/ou meninos capados).
Baladas na capital da tailandia
A Sukhumvit 11 é a rua da balada Levels Club, minha primeira na cidade. Como no dia anterior eu já havia passado na frente e visto um monte de gatas fazendo fila, pensei: é lá mesmo!
Reservei uma mesa/camarote para mim e meus amigos (gastamos coisa de R$ 150 cada, com garrafas de Belvedere) – preço alto pra cidade, mas baixíssimo pelo retorno.
O que já vi logo de cara, era a quantidade de garotas de programa na balada. Por algumas horas, achei que fosse um strip club, na verdade, mas como já havia passado por Hong Kong e Singapura, sabia que qualquer lugar noturno da Ásia era propício a encontrar dezenas de trabalhadoras do amor.
A balada em si é bem bacana, tem uma grande mistura de gringos e locais, e a galera fica bem doida. Rola uma pegação média, para um país não-brasileiro, e bastante gente se dá bem na saída.
Porém, como todos sabem, Bangkok é a capital dos ladyboys, e muitos passam totalmente despercebidos (nem a voz é grossa), então estava receoso o tempo todo, principalmente em uma balada de turistas, o que definitivamente impactou minha performance, mas não a de alguns amigos, que conseguiram ir pro vamo-vê.
Com o tempo, descobri que esse era um receio um pouco exagerado, e um % muito baixo das “mulheres” de fato nasceram com peru ali.
Visitei também uma balada bem curiosa, chamada Mixx Discoteque, que fica no Hotel Intercontinental. A balada é dividida em duas, uma de trance (onde pode fumar), e outra de house (onde não pode), mas você pode circular entre elas.
O lado não fumante na minha opinião era bem melhor, pois além de não ficar defumado, tinha um bar, um banheiro, e um monte de jovens – empolgadas – dançando na pista. Ah, sim, lá também tem bastante GP's e bar girls também, mas com o tempo você se adapta à elas.
Alguns amigos foram também no Black Pagoda, que até agora não sei se é um strip-club ou não, mas disseram que vale a pena conhecer. Anotem aí!
As mulheres (verdadeiras) de Banguecoque
Um lugar que fiquei impressionado em Bangkok, foi o shopping Siam Paragon, que além de ser um dos maiores da Ásia, é também um dos mais luxuosos.
Recomendo muito irem almoçar na food court do shopping, que fica logo no primeiro piso, e além de encontrar dezenas de restaurantes tops, você vê um belíssimo desfile de tailandesinhas de sainha curta e salto alto – sem perú!
As tailandesas nascidas em Bangkok são mais refinadas, e na minha opinião, possuem o corpo e rosto mais bonitos da Ásia (bem melhor que chinesas e japonesas, por exemplo).
Tenha em mente, porém, que elas são educadas para casar com alguém da mesma cultura, e dificilmente se adaptam a westerns, exceto as viajantes mais independentes. Pare e pense, quantas tailandesas que moram fora do país você já conheceu?
Os preços e os golpes do turismo em Bangkok
Todos roteiros turísticos em Bangkok tem preço mais elevado, como por exemplo o mercado flutuante, que apesar de ser uma bem sem graça, vale a pena ir só para tirar umas fotos.
Você vai gastar coisa de R$ 600/barco, que divide em até 5 pessoas, além de ser longe pra caramba da cidade (negocie com o taxi pra te levar de graça, pois ele ganha comissão, igual casa de shows adultos em São Paulo). Mas keep in mind: é possivelmente um dos lugares mais pega-turistas que já fui até hoje.
É impossível passar por Bangkok e não lembrar das cenas incríveis do filme Hangover 3 (Se Beber Não Case). Meus amigos quiseram repetir quase todas elas, mas eu fui só na mais interessante, que é a rua Soi Cowboy.
Trata-se basicamente de uma Rua Augusta dos tempos antigos, com uns 10 inferninhos, alguns bares, e uma centena de meninas-da-noite querendo te puxar pra dentro.
O mercado do amor tailandês
Se seu negócio for contratar acompanhantes, lá não é o lugar, use o app WeChat que você encontra algo delivery na sua região. O esquema da Soi Cowboy é pra dar risada mesmo, tanto é que quando fomos, estávamos em um grupo com umas 10 meninas também brasileiras, e todos se divertiram por lá.
Aproveitando a menção do WeChat, que é basicamente um WhatsApp mas também com a função de mostrar as pessoas ao seu redor (80% são ladyboys), os apps de dating mais usados lá são o Tinder, Paktor e Skout, acredito eu.
Mas se for passar pelo menos uma semaninha na cidade (o que eu certamente recomendo), crie uma conta no Thai Friendly, vale a pena!
O ping pong show e as bizarrices asiáticas
Em Bangkok você também vai ouvir falar bastante do ping pong show, que é mais um pega-turista dos grandes, mas esse pelo menos rola umas mulheres peladas tentando estourar bexigas usando a danada – sim, isso mesmo que você leu!
Se vale a pena ir? Saiba que leva um bom tempo de táxi (tuc-tuc mais ainda), e rola trânsito 24/7 na cidade, então você pode perder sua noite de sexta/sábado pra ver esse show de bizarrice.
https://www.youtube.com/watch?v=ZUqR8k29nZ4
Eu como não sou muito fã desse scams, preferi não ir, mas up to you.
As modelos internacionais que vivem em Bangkok
Falando nisso, Bangkok por ser uma cidade barata de viver, atrai também mulheres sem grana de várias regiões da Europa, que acabam arrumando bicos de modelos.
Algumas até fazem programa, mas a maioria delas fica lá pra fazer companhia pros turistas, sugando as bebidas e jantando de graça. Isso acontece em todo o país tailandês, mas em Bangkok é um pouco mais evidente, porque elas vem bater papo com você bem na caruda e já pedem uma bebida.
Algumas baladas/restaurantes também pagam o táxi pra grupos de modelos que chegam, além de vários drinks free, como a Slim & Flix (RCA) às terças, no The Love F Bar (da Mixx), às quintas, na Circle (Soi Ruamrudee) às sextas, e o Koi Restaurant (não sei o dia).
Nossa versão do “Se Beber Não Case”
Como Bangkok não é uma cidade muito propícia a fazer as coisas a pé, pela distância dos lugares, fui direto pra um lugar chamado Arena 10 lá em Thong-lo, indicado por um amigo, onde você encontra uns 5 restaurantes e umas 3 baladas todas juntas.
Estava lá sentado mandando um belo sushi, quando vejo umas 50 tailandesinhas vestidas com roupa de universitárias (blusinha branca, sainha escura e meias até o joelho) e quase engasguei.
Eu e meu brother engolimos o sushi o mais rápido possível, e fomos atrás delas.
Descobrimos que estava rolando uma festa de volta as aulas (ou algo assim) na balada DEMO, famosa na região.
Como não somos bobos, já fomos direto comprar nosso ingresso, porém, as recepcionistas estão adaptadas a identificar bobos, e cobraram mais caro da gente (é comum na Ásia cobrarem o dobro de quem não fala inglês, e isso é tabelado).
A balada era bem divertida, mas como quase ninguém falava inglês, meus approaches não funcionavam tão bem, e pra piorar, a idade das meninas era algo entre 16-20 (não me pergunte se é crime, eu não pesquisei).
Saindo de lá, resolvi conhecer a Route 66, que é a “mãe das baladas” de Bangkok.
O lugar é simplesmente gigantesco, com sei lá quantos ambientes, além da galera que fica na rua. Muita mulher, de todos os tipos, muita gente maluca, muito turista, muitos locais, muita puta, muita bebida.
O Route 66 na minha opinião define Bangkok: uma puta zona!
Acredito que a maior chance de você conseguir fazer uma amizade “mais colorida” com alguém, seja lá.
Depois de muita aguardente e papo furado, resolvemos decretar falência e irmos embora no prejuízo.
Foi quando estávamos no taxi, voltando pra casa, sem muita comunicação com o motorista, e de repente ele solta: “PUSSY?”.
Olhei pros meus amigos, todo mundo cansado, bêbado, com dor no corpo, sem energia e respondemos: “Sure, why not?”.
Como nós não entendíamos nada que o figura falava, fomos parar em um puteiro onde você entra, pega a moça, e leva embora. Esse não é exatamente o nosso tipo de roteiro turístico, mas não poderíamos deixar de conhecer o negócio.
Logo que chegamos, o taxista desceu com a gente, e entramos em uma espécie de inferninho, rolando uma música estilo Reginaldo Rossi da Tailândia, e um monte de putas sentadas enfileiradas – todas dando tchau te chamando pra ver se você a escolhia.
Depois de uns 30 segundos dando risadas da situação, as luzes da balada acendem, a música para e todo mundo começa a correr. WTF?
O taxista pega a gente pelo braço e fala: Homasn Tarnaaeu Xin Tunoro Poanau Xon Pautolamonocu, que em português significava: “Fudeu, corre!”.
Era a polícia invadindo o puteiro e prendendo a galera!
Corremos pra cacete e pulamos dentro do táxi que saiu cantando pneu igual cena de filme.
No dia seguinte eu acordei e não lembrava nada do dia anterior…
Por sorte, trombei em algum lugar e fiquei com um belo roxo no braço, e quando mostrei pros meus amigos, eles explicaram que foi na hora da fuga, e aí felizmente eu retomei a memória pra poder contar pros anônimos!
O estilo de vida de Bangkok
Depois de viver a incrível rotina de Bangkok por algum tempo, eu posso afirmar que a Tailândia inteira é um tesão!
A capital é gigante e possui centenas de opções de entretenimento, desde as mais porcas, até as mais chiques, basta saber filtrar.
O trânsito é caótico o tempo todo, o que torna muito importante ter um metrô próximo. As pessoas são bastante divertidas e a cidade em si é bastante segura, mesmo andando em lugares bem trash como a Khao San Road (“25 de março” de lá) e a Nana Plaza (a rua dos ladyboys e das bargirls).
Viajar pras ilhas fantásticas do país também é bem fácil e com voos baratos.
Além de possuir de tudo um pouco, Bangkok é uma cidade muito boa para fazer amizades com gringos que vivem por lá. A cidade hoje é uma das maiores comunidades de nômades digitais, principalmente pelo ótimo custo X benefício.
Se eu voltaria pra Bangkok? Só me chamar!
https://www.youtube.com/watch?v=y9Iuq0yjeoA